Faço questão de iniciar este comentário com uma saudação a todos os colegas que têm resistido à chantagem, às ameaças e aos prazos, não entregando o documento dos objectivos individuais. Quero também saudar efusivamente os mais de cem mil professores / educadores que na passada 2ª feira estiveram em greve. Duas paralisações na casa dos 90%, no espaço de um mês e meio, são um facto sem paralelo no sindicalismo português. Um bem-haja a todos quantos assim reivindicam a razão dos seus direitos.
Também quero convictamente afirmar que a avaliação de desempenho dos educadores e professores portugueses é um requisito fundamental para a valorização profissional, para a dignificação da escola pública e para a melhoria da qualidade do ensino em Portugal.
Mas comprovadamente reafirmo que o modelo imposto pelo ministério nunca servirá nenhum desses objectivos, até porque não foi criado com esse desígnio. E como diz o aforismo que o que nasce torto…, está sobejamente entendido que as avulsas e sucessivas remodelações se limitam a manobras tácticas de protelação com intuitos eleitoralistas.
Consequentemente concluo que o modelo de avaliação de desempenho saiu da esfera técnica e profissional e passou exclusivamente para o domínio político. Não vale a pena insistir nas incongruências, na inexequibilidade, no dislate ou na patranha que enferma este funesto projecto governamental. Já toda a gente percebeu que o desiderato ministerial na sua essência nunca será aplicado porque não é aplicável e porque os professores não o querem e de forma eloquente já o declararam. A substância em causa não tem espaço de negociação.
Importa sim perceber porque é que a emproada ministra e seus acólitos teimam na sua execução, mesmo que seja na enésima versão que já em nada corresponde á sua matriz de concepção, e porque é que o engenhoso 1º ministro segura o que resta deste embuste e mantém o que sobra deste ministério!
Tenta-se salvar a face política de um governo que sobre esta matéria já não governa. Tenta-se fazer acreditar que o processo está em decorrência dizendo-se ao povo que as regras são unas e que agora é que todos "entraram nos eixos". Tenta-se escorar a contestação em conformidade com as projecções eleitorais. É a proclamação da soberania do parecer escoltada por gizadas atoardas de zelosos secretários de estado a apelarem ao conformismo a troco de benesses, por propagadas ameaças de assanhadas directoras a instigarem processos disciplinares e por matreiras comunicações de abuso de poder difundidas pelos serviçais comissários políticos. Tudo é possível no reino da fantasia mesmo que a imaginação roce a malcriadez despótica. Vale tudo para fazer de conta que tudo está a rolar, mesmo sabendo-se que o que passa é aragem sem nada levar na carruagem. Por isso é que não embarcamos nesta viagem. Por isso é que por duas vezes mais de 80% dos professores/educadores deste país fizeram da rua o palco da sua indignação. Por isso é que por duas vezes mais de 90% fizeram da greve a sua forma de contestação. Por isso é que este longo cordão de acumuladas forças, construído genuinamente em cada escola, constitui um movimento social inédito que extravasa as fronteiras do sindicalismo ou de qualquer outro dirigismo.
Este ministério, este governo e este país, não estavam preparados para a nossa capacidade de afronta e réplica à prepotência ministerial, nem supunham sermos capazes de agrupar meios interventivos e de combate por uma outra escola e um outro Portugal. Com dignidade soubemos construir o muro de uma oposição profissional que nos coloca na notabilizada tribuna das grandes batalhas sociais e nos atesta com um capital de luta de património intemporal.
O êxito da contestação é aferido em cada contenda. A extraordinária adesão à última greve marca de forma indelével o desfecho desta nossa luta.
Também quero convictamente afirmar que a avaliação de desempenho dos educadores e professores portugueses é um requisito fundamental para a valorização profissional, para a dignificação da escola pública e para a melhoria da qualidade do ensino em Portugal.
Mas comprovadamente reafirmo que o modelo imposto pelo ministério nunca servirá nenhum desses objectivos, até porque não foi criado com esse desígnio. E como diz o aforismo que o que nasce torto…, está sobejamente entendido que as avulsas e sucessivas remodelações se limitam a manobras tácticas de protelação com intuitos eleitoralistas.
Consequentemente concluo que o modelo de avaliação de desempenho saiu da esfera técnica e profissional e passou exclusivamente para o domínio político. Não vale a pena insistir nas incongruências, na inexequibilidade, no dislate ou na patranha que enferma este funesto projecto governamental. Já toda a gente percebeu que o desiderato ministerial na sua essência nunca será aplicado porque não é aplicável e porque os professores não o querem e de forma eloquente já o declararam. A substância em causa não tem espaço de negociação.
Importa sim perceber porque é que a emproada ministra e seus acólitos teimam na sua execução, mesmo que seja na enésima versão que já em nada corresponde á sua matriz de concepção, e porque é que o engenhoso 1º ministro segura o que resta deste embuste e mantém o que sobra deste ministério!
Tenta-se salvar a face política de um governo que sobre esta matéria já não governa. Tenta-se fazer acreditar que o processo está em decorrência dizendo-se ao povo que as regras são unas e que agora é que todos "entraram nos eixos". Tenta-se escorar a contestação em conformidade com as projecções eleitorais. É a proclamação da soberania do parecer escoltada por gizadas atoardas de zelosos secretários de estado a apelarem ao conformismo a troco de benesses, por propagadas ameaças de assanhadas directoras a instigarem processos disciplinares e por matreiras comunicações de abuso de poder difundidas pelos serviçais comissários políticos. Tudo é possível no reino da fantasia mesmo que a imaginação roce a malcriadez despótica. Vale tudo para fazer de conta que tudo está a rolar, mesmo sabendo-se que o que passa é aragem sem nada levar na carruagem. Por isso é que não embarcamos nesta viagem. Por isso é que por duas vezes mais de 80% dos professores/educadores deste país fizeram da rua o palco da sua indignação. Por isso é que por duas vezes mais de 90% fizeram da greve a sua forma de contestação. Por isso é que este longo cordão de acumuladas forças, construído genuinamente em cada escola, constitui um movimento social inédito que extravasa as fronteiras do sindicalismo ou de qualquer outro dirigismo.
Este ministério, este governo e este país, não estavam preparados para a nossa capacidade de afronta e réplica à prepotência ministerial, nem supunham sermos capazes de agrupar meios interventivos e de combate por uma outra escola e um outro Portugal. Com dignidade soubemos construir o muro de uma oposição profissional que nos coloca na notabilizada tribuna das grandes batalhas sociais e nos atesta com um capital de luta de património intemporal.
O êxito da contestação é aferido em cada contenda. A extraordinária adesão à última greve marca de forma indelével o desfecho desta nossa luta.
Contra as ameaças fomos temerários e não temerosos.
Contra os prenúncios fomos determinados e não deterministas.
Contra as desonras fomos íntegros e não integrados.
Um governo socialmente responsável e consciente jamais teria permitido que a obstinada teimosia do Ministério da Educação degenerasse numa destabilização generalizada em que se encontram as escolas e todo o sistema de ensino, que só não atinge níveis insustentáveis porque os professores/educadores respondem às agressões institucionais com brio e dignidade no exercício profissional.
Senhora e senhores do poder ministerial, sejam educados e em nome do bom-nome da Educação, demitam-se!!!
José Maria Cardoso
Professor / Barcelos
Contra os prenúncios fomos determinados e não deterministas.
Contra as desonras fomos íntegros e não integrados.
Um governo socialmente responsável e consciente jamais teria permitido que a obstinada teimosia do Ministério da Educação degenerasse numa destabilização generalizada em que se encontram as escolas e todo o sistema de ensino, que só não atinge níveis insustentáveis porque os professores/educadores respondem às agressões institucionais com brio e dignidade no exercício profissional.
Senhora e senhores do poder ministerial, sejam educados e em nome do bom-nome da Educação, demitam-se!!!
José Maria Cardoso
Professor / Barcelos
1 comentário:
Caro colega!
Daqui de Sintra o saúdo em Barcelos!
Li com toda a atenção este seu texto, muito esclarecedor de toda a situação que se vive, e da extraordinária luta desenvolvida pelos professores.
Obrigada por este belo texto. Parabéns!
Porque a luta não pode parar, dia 24 estaremos em Belém...
Abraço solidário,
Safira
Nota: Adicionei-o ao meu blog :)
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