sexta-feira, 15 de outubro de 2010

AS DIARREIAS MENTAIS DO sousa tavares (deve ser primo do pinto sousa)

Na última semana, na SIC, onde é comentador generalista, Miguel Sousa Tavares tagarelou novamente sobre os professores.

Nada teria de anormal não fosse o facto de mais uma vez ter proferido uma enxurrada de falsidades e de banalidades demagógicas e populistas. Os dislates que teve o atrevimento de referir não só introduzem o ruído na análise e na compreensão das questões que envolvem a classe docente, como pretendem enganar e manipular deliberadamente os portugueses. Porque tem MST este desamor e desconfiança pelos professores, não se sabe bem. O que sabemos, porém, é que MST tem qualquer problema emocional ou intelectual mal resolvido que o faz ter uma obsessão face aos professores. Sempre que fala dos professores, o azedume e os preconceitos são evidentes, sendo o momento aproveitado para uma descarga catártica.

MST e os opinion maker devem ser alertados para o facto de que ter tempo de antena não lhes dá o direito de opinar sobre todo e qualquer assunto, a capacidade de responder a qualquer questão, de falar como autoridade sobre temas que estão claramente fora da esfera das suas competências. É que, quando assim não pensam e agem, cometem erros, emitem falsidades, dizem disparates e primam pela falta de rigor e de sustentação.

No caso do comentário que MST lavrou sobre os professores, foi o que se verificou. Ao afirmar que os docentes são responsáveis pela capitulação das reformas do Governo e pelo agravamento das contas públicas, uma vez que todos são avaliados com muito bom e óptimo e que passam a ganhar todos mais de forma automática, labutou numa grosseira mentira. O seu comentário revelou desconhecimento da matéria, ausência de informação fidedigna, preguiça de análise, tendo sido esta realizada com manifesta intencionalidade, vontade deliberada e expressa maldade. O que MST deveria dizer, em nome da honestidade, da verdade e da responsabilidade, era que os professores têm sido uma das classes mais sacrificadas pelos sucessivos governos: viram salários e carreiras congeladas, a degradação do seu ambiente profissional, o aumento da carga horária e os salários mais baixos da OCDE. A actual estrutura da carreira docente está em concordância com os demais serviços da Administração Pública, pelo que existe o estabelecimento de quotas. Assim, não é verdade que todos os professores sejam avaliados de igual modo e que todos tenham passado a auferir mais vencimento. Também as progressões na carreira não são automáticas, estando dependentes da avaliação e da formação contínua. Por isso, sinto vergonha de ver este senhor a fazer comentário político numa televisão, procurando promover-se pelo confronto e pela polémica gratuita e propagandista.

O povo costuma afirmar que “cada macaco deve estar no seu galho”. Ora, pelo triste e infeliz papel que MST tem mostrado, ser comentador não é decididamente o seu galho.

Manuel António Rebelo Ferreira, Lamego

1 comentário:

Unknown disse...

Estes sousas são uma praga!

(vejam lá que a palavra de verificação é gamay...)